quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Cansaço...



Cansaço de viver o que não se escolhe viver...
Cansaço de sentir o que não se quer sentir...
Cansaço de sorrir quando não se quer sorrir...
Cansaço de fraquejar quando se tem que ser forte...
Cansaço de chorar quando tudo pede para sorrir...

acordar, de manhã e não saber o caminho que se quer seguir, saber que o coração pede uma coisa que a razão não nos permite viver...
levantar da cama, e fazer tudo, mecanicamente, obedecendo cegamente à rotina que a razão nos traçou...
passar o dia a fazer aquilo que uma sociedade a passar por uma crise de valores definiu como correcto e aceitável...
não cometer loucuras... e pouco fazer daquilo que realmente se quer fazer...
deitar na cama e pensar em tudo o que foi mais um dia de pesado cansaço...
dormir... e passar momentos agradáveis apenas entre nós... entre o eu adormecido e o eu insconsciente...

e acordar novamente... para mais um dia de produção mecânica sem que a fábrica possa avariar...

demasiado passivos? (pensamos... )
talvez muito conformados? (sentimos...)
cobardes? inseguros? fracos? loucos?

talvez apenas demasiado realistas e observadores... talvez muito conscientes do mundo e da vida... talvez demasiado "videntes" do futuro...

cansados, acima de tudo...
desesperados por uma cura para o cansaço... conhecendo perfeitamente os medicamentos, mas sem força nem motivação para os usar...

por outro lado... demasiado conhecedores do que queremos, demasiado conscientes do que nos faz bem, demasiado psicólogos de nós próprios, demasiado!...
e muito ansiosos, incrivelmente ansiosos por viver momentos que nos fazem bem, por conseguir esses momentos... a que damos tanto valor e que mais cansados nos fazem ficar... porque quanto mais os valorizamos, mais desvalorizamos tudo o resto...

extremos, opostos, separados por um longo caminho, que cada vez se torna maior, aumentando também o esforço que temos que fazer por nos equilibrar...
fazendo acumular cada vez mais o cansaço...
esse cansaço tremendo de viver, não, de morrer!
de morrer em cada rotina, em cada levantar mecânico, em cada dia vivido por viver...






Mais uma madrugada inquietante... pra variar to sem sono, e olha que hj nem tomei café, segui o conselho da A pra nao tomar nenhum remedio e parar de tomar cafe.. até guardei o historico da conversa no email pra ler de novo (se necessário) se amanha eu mudar de ideiA, as vzs esses chaqualhões (eh assim que escreve?) fazem a gente acordar, é bom ter guardado....


Hj a A me chamou pra almoçar, desconversei pq ela tava atrasada falei q eu ainda tinha q me arrumar, mas nao funcionou, ela se ofereceu pra esperar.. acabei aceitando.. nao quero mais magoar ninguém, muito menos ela e a E.. Eu almoço, ela fica tranquila, não se preocupa e o resto do dia ngm pega no meu pé... ninguém se chateia pq acham q to comendo..e fica td bem..


Mas foi dificil escolher oq comer hj.. só tinha salada ruim.. (eu nao gostava de nada)... só salvava o brocolis (bendito brocolis.. me salvou de uma possivel "briga", ou situação desagrradavel..), peguei 2 brocolis, uma fatia de beterraba (comi metade), arroz (pra disfarçar, mas nao toquei), um pedaço peq de cação (comi metade) e uma outra carne lá só pra enrolar tbm.. nem comi. Tomei suco de melancia... o resto do dia nao comi nada, só um capuccino a noite na facul.. e antes de dormir um chá de camomila.. Ahh... a A me ofereceu biscoito, comi um pra disfarçar... e só... tirando o "almoço" (2 brocolis, meio ped de cação, meia fatia de beterraba).. foi praticamente No Food!


Amei essa ideia de disfarçar... é muito mais facil que ficar negando.. pq vc pega um ou coisa assim.. a pessoa se contenta e pronto! Agora qdo vc nega, te fazem comer mil coisas, te oferecem comida o dia inteiro e nao param de reparar em vc..


Hj a noite me bateu um cansaço, uma moleza.. fraqueza.. sei lá.. eu tava tão longe, raciocinio lento, quase parando.. nao me concentrava em nada... e um cansaço físico junto com o mental... tava na facul mas queria minha cama.. deitar.. nao tava conseguindo ficar em pé.. incontrolável.. e cá estou eu msm assim as 2:30 acordada... Não entendo...


Hj na facul uma amiga que eu to começando a ficar proxima agora (nunca conversei em gde intimidade até agora) olhou assustada dizendo q eu emagreci.. eu neguei.. dei de ombros, mas ela enfatizou meio "brava".. "vc emagreceu sim, sra.. olha isso.." (e pegou na minha blusa).. ela sabia q eu ja tive problemas com isso por causa do video.. acho q por isso desconfiou.. Engraçado, como as vzs as pessoas "distantes" percebem muito mais, conversam muito mais (msm q vc nao queira)..


Mas foi bom conversar com ela, a principio neguei 30 vzs, mas ai ela começou a contar dela, que ela teve e ta se curando de uma sindrome do panico.. ela dizia q entendia td oq eu sentia.. e qdo começou a descrever.. Nossa... o sentimento era o msm, a sensação a msm... igualzinho.. essa ansiedade absurda, incontrolável.. qdo ela começou a descrever eu me vi falando em seu lugar "vc acorda super tarde, enrola o maximo que pode, acorda meio dia, uma hora, pra nao ver o dia passar, pra nao encarar o mundo sair da cama... acaba matando o almoço.. chega mais de 3 h na faculdade.. nao entra, ou nao quer entrar na aula.. nao presta atenção em nd, ta desconcentrada.. raciocínio lento(e como).. irritada, a noite chega em casa, e qdo ta sozinha é pior, bate desespero incontrolável.. vc nao sabe oq fazer, nao passa.. nada passa.. tremedeira, medo.. vontade de sair correndo, de sumir pra bem longe.. 4, 5 da manha acordada.. deita na cama, vira de um lado pra outro a noite inteira.. e no dia seguinte nao quer levantar, pq aquele é o unico horario de paz.. o unico q vc esquece.. se pudesse ficava ateh a tarde.." Eu não tiro uma vírgula de como ela descreveu.. e o mais engraçado é q nunca falei disso... ela nao mora comigo, nao sabe da insonia, nem d hora q acordo.. nada.... nossa.. me senti tão aliviada... de saber q alguem me entendia, q alguem passou pelo msm... alivio de ouvir.. "nao vc nao ta louca.."


Me senti menos sozinha...


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